pular para o conteúdo [1]

Menu Principal

Fim do Menu Principal

1.º DE MAIO E O FANTASMA DO DESEMPREGO

1.º DE MAIO E O FANTASMA DO DESEMPREGO

Por Enio Rodrigues da Rosa, diretor do IPC

De todos os dias 1.º de Maio que os trabalhadores já comemoraram, talvez, este de 2020 seja aquele que eles mais precisem levar a sério e realmente fazerem uma reflexão crítica sobre as perspectivas de futuro.

Por verdadeira ironia, hoje, não é o fantasma do comunismo que mais assombra o mundo e coloca em dúvida à própria sobrevivência do sistema capitalista global, enquanto modo de produção e organização da vida natural e social.

Ao redor de todo o mundo, governos de direita, de centro, de esquerda e aqueles "perdidos" estão abrindo as burras do tesouro e injetando dinheiro na economia numa ação desesperada para tentar salvar o sistema de um colapso geral.

A Organização Internacional do Trabalho - OIT estima que 2 bilhões de trabalhadores, em todo o mundo, entre formais e informais, vão perder seus empregos ou outras fontes de renda.

No Brasil, não obstante as reformas já feitas com a promessa de geração de empregos, o que estamos assistindo é o fragelo da fome e o fantasma do desemprego crescendo cada vez mais.

Hoje, juntando os desempregados, os desalentados e aqueles que viviam na informalidade, os "empreendedores", estimam-se em 50 milhões de pessoas que perderam suas fontes de renda. O impacto disso na economia e na vida das pessoas e famílias é devastador.

Sem renda não há consumo, sem consumo não há produção e sem produção o sistema paralisa, de acordo com a tese dos economistas do liberalismo econômico.

Por mais que a maioria das lideranças políticas e empresariais tentem, a conta
deste desastre não pode ser atribuída ao fantasma do comunismo. O velho discurso contra o comunismo, de caça aos comunistas, é um discurso que só cola nas cabeças das pessoas "sem cabeças". Parece mais aquelas estorinhas de mula sem cabeça, contada por nossos avós.

Ainda que o coronavírus seja frequentemente e injustamente acusado de vermelho, ele é apenas um micro-organismo natural e ao que consta não tem ideologia própria. O vírus não é capitalista, comunista, socialdemocrata, de esquerda, de direita ou de centro.

Se hoje os trabalhadores vivem num mundo sombrio, por certo, isto não é precisamente apenas por "culpa" da COVID-19. O vírus apenas agravou ainda mais a crise estrutural de um sistema que já vem enfrentando constantes e sistemáticas crises, cada vez mais profundas.

Este é um dado da realidade que nem mesmo os políticos, os empresários, os banqueiros e muito menos ainda, os trabalhadores podem negar. No caso dos trabalhadores, eles não podem ficar alheios porque hoje já são e amanhã serão ainda os mais atingidos pelo resultado da crise.

Este é um 1.º de Maio diferente de tantos outros. Além dos devidos e necessários cuidados com o coronavírus, devemos refletir muito sobre o nosso futuro como humanidade, neste planeta cada vez mais devastado por forças egoístas e gananciosas.

#PraTodosVerem #PraCegoVer Arte quadrada em fundo branco. Acima centralizado à esquerda em preto e caixa alta Primeiro de Maio: Dia do Trabalho. Uma nuvem preta vindo da direita cobre as últimas letras da palavra Trabalho. Uma linha grossa separa o texto abaixo O Fantasma do Desemprego em preto e caixa alta. No centro a imagem de um boneco branco se equilibra em uma tábua escrito em cima dela em cor amarela a palavra Yes e na outra extremidade da tábua em letras azuis No. Abaixo da tábua um suporte que a sustenta. No canto inferior direito a logo do novo IPC.

Baixar arquivo
Voltar